segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tragédia

Tragédia
>Pedro Casseb



A música sem sentido tocando na tela. As imagens sem nexo com suas cores turvas, imagens disformes, em tons envelhecidos de uma gravação de décadas atrás. Na tela, as imagens, as letras, aquilo que me fazia ir a cada segundo mais fundo na minha ferida aberta. Aberta, como uma criança que rala o joelho e não hesita em retirar a casquinha e irritar aquele ferimento leve só para ver o que há por trás.

Porém as história se passa em minha face, onde o gosto salgado das lágrimas dança, descendo, diferenciando minha pele em dois tons. Meus olhos, antes brancos e mel, agora em um profundo castanho e vermelhos, vermelhos pelo incessante debulhar que não consegue impedir.

As dores da alma. Ah! essas dores!! Conheço-as bem, e seus trejeitos, seus malfeitos. Sua estranha (e entranha) manifestação; se fosse algo lógico não traria consigo histórias. Afeta o cérebro, dói o peito, e se manifesta nos olhos. Essa é a dor da alma. A dor de um déjà vu que me persegue, uma flor. A dança da ferida sendo aberta, uma dança erótica, que percorre o torso da alma. A dor.

É como naqueles pesadelos em que se corre por um corredor sem fim e se tenta alcançar alguém, algo, uma porta, mas isso já fugiu de você a muito tempo. Ardor. É como quando o travesseiro se torna macio demais, e sua cabeça afunda, como em areia movediça e nos perdemos em memórias de um tempo passado em que o melhor em que fazíamos era esquecer e não ter vivido.

A história que dança em minha face por entre borbulhas, como uma bailarina em um palco sinuoso, um pirata sobre a prancha. A lembrança de uma frase do passado, que a muito não quis (eu ou ele) mais levar como verdade. O passo em falso. O fim abrupto.

Quando se percebe que nada nem ninguém mais importa além de UM, e esse UM é pra quem sempre seus pensamentos se voltam. Quando um lugar se torna pequeno demais e seu pulmão, que a muito já não trabalhava, parasse de respirar. A nicotina é escassa. Os remédios não surtem efeito. O mundo parou de girar. Ao contrário, gira, gira, pare. Parou.

Agora sim, o miado, agonia, pedido. Na tela: . As imagens dançam em cores que imitam as imagens antigas de décadas atrás, cores velhas. Velhas. Minha face dividida. Por onde as borbulhas passaram, fica registrado o escoamento da juventude, e no resto, as cores velhas que se repetem na tevê. Beijos e sapatos. Sapatos. Vícios. Beijos. Toques e retoques e mais toques de uma falsidade. Maquiagem.

Pois é aqui que vejo agora pensamentos, enlatados sardinha, se transformarem num turbilhão. Tufão, gira, gira, roda, não pare. Diferente do mundo. PARE! não. NÃO! A sede, o anseio, o seio. O seio que nunca conheci: o colo. Faixas (e é aqui que vejo todo o sentido do texto-vida se esvair como água pelo ralo). Colo que tanto procurei, que tive, que tenho sem ter.

Assim, dor. A dor. Alma. Amar. Amor por prosa sem porferir, sem tocar, sem ter. Amor inibido. Enrustido. Amor sem percausos. Causos. Amor em casos, em cacos. Amor. Te amar. Amar sem fim. Sem fim. Fim.
_________________________________________________

escrevi este texto a um tempo... e bem... decidi postá-lo devida a sua atual validade.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Naze.... Ame Agari

eu queria muito escrever algo bacana, mas só consigo despir lágrimas de meus olhos enquanto finjo que o mundo e um lugar bom de se viver...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Memory and Honesty

i had a dream, it was lasting
it lasted the whole day
i dreamt you had left me
and when i woke the mirror said to me
maybe it's true, it could be true

you were caring, you had honest eyes
you were perfect, the perfect surprise
til your hands crept up my chest
and gave a stronghold on my neck
you said baby it's true, i'm leaving you
(Memory and Honesty - Gregory and the Hawk)
_________________________________________________________

É horrível se deparar com verdades quando não queremos mais acreditar nem mesmo que somos reais.

Esse coração que ao longo dos anos foi parando de bater, cismou em pulsar pelas causas impossíveis, pelas coisas intocáveis, pelo não-real. Corações como este que vos escreve ainda seguem de mais um defeito: alé de serem mais cegos que o normal, são amis estúpidos, pensando que podem transformar o não-real em algo palpável. É como se quisessem brincar de Midas e seu toque dourado, porém usar esse toque pra transformar suas loucas fantasiar, transformar toda sua crença platônica, em algo que fosse de verdade.

Eu queria muito não ter um coração que bate numa couraça, onde cada pulsar me dói como se eu expelisse láminas ao invés de lágrimas, inspirasse fogo e expirasse brasa, brasa do que já um dia existiu de mim.

Vejo meu espelho rir de mim, e me dizer, estampando em meu reflexo, que estou sozinho... Que sou sozinho... E que eu provavelmente, magoei e estraguei aquela única esperança de me completar, e que agora, não conseguirei jamais correr atrás do tempo perdido.

A cada pulsar meu coração pede a volta de tudo, e se arrepende por mais uma vez te r batido rumo a destruição de muitos, rumo a sua auto destruição.
___________________________________________

um desabafo confuso e mal escrito de um enferrujado escritor, somente para declarar o quanto o peito dói por conseguir amar somente uma pessoa... e vê-la ir embora cada vez para mais longe...